O discurso de encerramento da Gala Dragões de Ouro foi uma oportunidade para Pinto da Costa destacar os galardoados, dar a notícia da renovação de Fábio Silva, homenagear Paulo Nunes de Almeida e ainda deixar as habituais alfinetadas
Dragão de Ouro Carreira: “Foi entregue ao doutor Nélson Puga. Não foi o terminar, foi a meta volante da sua longa carreira, em que ele tem sabido conquistar todos aqueles que com ele lidam. Ele tem duas famílias: a de sangue e a do FC Porto”.
Fábio e Baró: “O Fábio Silva, um menino que aos 16 anos já vencia um titulo europeu, já era campeão nacional e já sabia o que era a glória no FC Porto; e que com 17 anos passou a ser o mais jovem marcador de golos em jogos oficiais do FC Porto. Com 17 anos. Foi o quinto a marcar mas de todos os que marcaram, foi, de facto, o mais novo. É mais um recorde na vida deste atleta, que mesmo jovem sente o FC Porto e que fez questão, antes de receber o galardão, junto de mim, renovar o seu contrato com o FC Porto. O Baró parece uma gazela elegante dentro do campo e passou de gazela a Dragão de Ouro. Um jogador cheio de talento ao serviço do futebol, ao futebol que nos encanta”
Prémio Futebolista do Ano: “O Marega é um exemplo, um homem em que poucos acreditaram, durante algum tempo, mas que com a vinda do Sérgio Conceição passou a saber que acreditavam nele, que iria ser importante no FC Porto. Depois de toda a confiança, é hoje para todos nós indispensável no FC Porto. É um espetáculo dentro do espetáculo que é o jogo do futebol”.
Tempo-extra, papagaios e cartilheiros: “Como dirigente do FC Porto, sem dúvida há alguns, muitos, quiçá demasiados anos… Mas são dias que vivi com paixão, que vivi com um prazer enorme de contar com a colaboração e a presença de todos vós. O futuro a Deus pertence. Não sei quantos dias mais poderei estar aqui. Ninguém sabe. Eu sei que se Deus quiser ainda vou andar cá muitos, porque quando estou doente os meus médicos não me deixam morrer. É um descanso. Mas o tempo que possa aqui andar, não quero que seja um tempo extra. Isso faz-me lembrar papagaios e cartilheiros. Não quero viver tempo extra, quero viver tempo livre, não quero que o tempo que me resta seja para viver preocupado com os meus inimigos, com os que odeiam, quero que seja a amar e a gostar de todos os que de mim gostam e me amam. Só para isso valerá viver.
Homenagem a Paulo Nunes de Almeida: “Contando com a vossa ajuda, com o vosso entusiasmo, o FC Porto seja com quem for, será sempre um grande clube. Finalmente, e porque os últimos são os primeiros, queria evocar o nosso querido presidente Paulo Nunes de Almeida. Não vou dizer de forma alguma o excelente chefe de família que ele foi, sabe-o a mulher, os filhos, os irmãos, todos da sua família, não sou eu que o devo dizer. Não vou dizer o que foi na sociedade portuguesa, sabem todos os que conviveram, não vou dizer o portista que foi, porque ele demonstrava em cada atitude, em cada movimento, em cada palavra, por isso não é palavra que fale nada do nosso presidente. Quero é apenas dizer ao Paulo Nuno de Almeida que não morreu. As pessoas só morrem quando morrer a última pessoa que as ame. E faltarão muitas gerações até morrer a última pessoa que ama o Paulo Nunes de Almeida.”
Fonte: O Jogo