Sérgio Oliveira reconhece estar num bom momento, mas até pensa melhorar. É o dragão mais antigo da casa e gostava, no futuro, de ser reconhecido como uma figura do clube.
Sérgio Oliveira conseguiu deixar as lesões para trás e recuperar a titularidade naquela que, coincidência ou não, foi também a melhor fase portista da época. O líder só esbarrou na covid-19, mas a ideia é voltar e agarrar o título. O que diziam na má fase era bom de ouvir: sinal de que se habituaram a ver o FC Porto forte, vincou.
Com o campeonato sem data para voltar, como se motiva para treinar diariamente?
-A nossa motivação tem de estar intacta e tem de ser intrínseca à nossa vida. Estamos em primeiro, de forma justa, no campeonato. E também estamos na final da Taça de Portugal. Se temos saúde e todas as condições que muitos infelizmente não têm, então temos por obrigação estar motivados e focados.
Lidar com os perigos deste vírus é uma novidade para todos. Como tem sido a sua resposta e a do clube a este problema? Temos visto o Sérgio em treinos online, mas não sente saudades do cheiro da relva?
-A nossa reação foi apenas uma: seguir à risca todas as instruções dadas pela Direção Geral de Saúde e pelo Governo. Eu mantenho-me em casa, resguardado, e a treinar diariamente. É óbvio que treinar em casa não se pode comparar ao nosso quotidiano de há umas semanas , mas temos que nos adaptar. Temos planos de treino e alimentares. A verdade é que temos que agradecer ao clube, à equipa técnica, médica, técnicos de equipamentos e restante staff, por proporcionarem a todos os jogadores e às nossas famílias todas as condições para estarmos tranquilos.
Quando olha para trás, que análise geral faz da época do FC Porto?
-Uma época positiva, ao contrário do que muitos tentaram fazer passar. Mas nós estamos habituados a ser uma catástrofe quando o FC Porto está num momento menos bom… Isso é sinal de que habituamos os outros a verem-nos bem e já temos arcaboiço para ouvir de tudo. Felizmente, nesta época foram mais os momentos positivos do que os negativos. E temos que valorizar a nossa capacidade de dar a volta à pontuação. Falta ainda terminar o campeonato, por isso temos de continuar com o nosso trabalho, humildade e ambição intactas. Estamos ansiosos por que tudo isto passe, por causa da saúde pública e para podermos voltar ao nosso estádio e lutar até ao fim, como eu venho a dizer, pelos nossos objetivos.
A subida à liderança surpreendeu quase toda a gente. Consegue explicar esse processo, desde a desvantagem à ultrapassagem?
-Surpreendeu? A nós não! Zero. Não era porque estávamos a sete pontos do líder [Benfica] que iríamos atirar a toalha ao chão, nem é agora que estamos em primeiros que vamos baixar a guarda. O mister e nós, jogadores, sempre acreditámos que éramos capazes. Acerca da explicação… Existe uma e chama-se trabalho. Somos um grupo forte e vamos manter-nos juntos até ao fim.
É o jogador do FC Porto com mais anos de casa. Já se sente um símbolo do clube?
-Espero realmente um dia vir a ser reconhecido como um símbolo do clube. O que eu sinto é um grande orgulho por poder estar neste clube desde os meus nove anos, por já ter ganho títulos e por continuar ajudar nesse sentido.
ojogo