O guarda-redes aponta a exigência Sérgio Conceição como fundamental num clube que “exige a perfeição” e acredita que a equipa vai aguentar a liderança.
Marchesín atravessou o Atlântico pela primeira vez aos 31 anos, mas a tempo de cumprir o sonho de jogar num “clube europeu muito conhecido”. A experiência está a correr bem tanto a nível pessoal como coletivo. Aliás, considera que a paragem veio interromper o melhor período da equipa. Fechado em casa há quase um mês, o argentino considera que a exigência de Sérgio Conceição encaixa no nível a que um clube como o FC Porto obriga e mostra-se confiante de que a equipa vai conseguir aguentar a liderança até ao fim, quando e se o campeonato voltar, para assim dar uma alegria aos adeptos portistas.
Esta e a sua primeira experiência na Europa, o FC Porto está a ser tudo aquilo que imaginava?
-Sim. É um clube grande, o estádio está sempre cheio, disputa grande provas, obviamente de olho no campeonato que é o que todos queremos. Estamos no bom caminho, conseguimos dar a volta da melhor forma à primeira volta da Liga. A equipa estava bem, sólida e com muita esperança, sobre o que estava para vir. Na segunda volta conseguimos recuperar os pontos para o Benfica e as expectativas do plantel estavam bem altas. Quando retomarmos a Liga, vai ser com muito mais força para tentar conseguir os objetivos que traçámos no início a temporada.
A equipa estava no melhor momento coletivo quando tudo parou?
-Sem duvida que sim, sabíamos que tínhamos ficado vários pontos abaixo do Benfica na primeira volta, mas a equipa nunca deixou de acreditar. A equipa técnica e os jogadores são muito fortes mentalmente, conseguimos fortalecer-nos como grupo, fomo-nos aproximando do Benfica, passámos para a frente um ponto e estávamos a passar por um momento muito bom e com muita ilusão e vontade de vencer o campeonato, que é o que todos queremos.
O FC Porto vai aguentar a pressão e segurar o primeiro lugar até ao final do campeonato?
-Estamos seguros do plantel que temos, do grupo de trabalho, do staff… Trabalhamos em conjunto de uma forma muito boa. Temos agora esta paragem em que o mais importante é a saúde de todos, mas a equipa continua a treinar a cem por cento e isso é digno de registar. Procuramos fazê-lo da melhor maneira para quando voltar o campeonato estarmos bem. Esta instituição assim exige e estamos convencidos e sabemos que podemos aguentar até ao final. Oxalá o possamos conseguir para dar essa alegria aos adeptos.
A exigência de Sérgio Conceição surpreendeu-o?
-Ter um treinador como ele obriga-nos a uma exigência máxima, de dar o melhor. É isso que o clube exige. Ele conhece muito bem a instituição, sabe de cor como é a Liga. É um treinador que procura retirar o melhor de cada jogador ao longo da semana de trabalho para que ao fim de semana estejas ao máximo para render e as coisas saiam bem. Assim, naturalmente, também vão sair bem à equipa. A exigência dele também é coletiva, entre nós também nos exigimos muito. Ter um treinador assim é muito bom, ainda mais num clube como este, que exige a perfeição.
Participou em alguns clássicos no México e na Argentina. Como classifica os jogos entre FC Porto e Benfica?
-Os clássicos são lindos de se jogar, tive a sorte de fazer muitos e são sempre especiais. Sabemos o que significam para os adeptos e, por isso, fico ainda mais contente por termos ganho os dois frente ao Benfica. Foram um marco espetacular. As bancadas cheias, os adeptos sempre a apoiar… Felizmente demos-lhe esses triunfos que tanto merecem.
Duas defesas de azul e branco para mais tarde recordar
Marchesín já venceu várias vezes o prémio de melhor guarda-redes da Liga ao longo desta temporada, fruto de grandes exibições na baliza do FC Porto. Convidado a destacar algumas, o argentino apontou duas “paradas” que fez, mas curiosamente não recorreu aos jogos com os grandes, aqueles que por norma têm mais visibilidade. “Escolheria uma contra o Gil Vicente, ainda na primeira parte [28″] que, na altura, serviu para manter o empate a zero, ainda que tenhamos perdido depois. Foi no primeiro jogo pelo FC Porto e talvez tenha sido a melhor defesa. Foi a primeira, aquela com que me mostrei aos companheiros e aos adeptos. A apresentação é sempre importante e acho que essa foi uma grande defesa. Outra que destaco foi contra o Feyenoord, um frente a frente [com Luciano Narsingh] perto do final. Ganhámos 3-2 e também foi muito linda porque evitou o empate e permitiu ficar em primeiro no grupo”, explicou.
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