ENTREVISTA (parte 3) – Óliver, médio do Sevilha, em exclusivo a O JOGO: 0 espanhol não acredita que faça sentido compará-lo a Uribe e destaca o papel de Sérgio Oliveira nos últimos tempos. Uma viagem por posições e uma certeza absoluta quanto a Tecatito: é incrível
Marcano ficou de fora da lista de preferências porque Óliver é suspeito para falar. Com Pepe percebeu o que deve ser um profissional.
Conhece o Uribe, que joga num lugar que, aparentemente, ia ser seu?
-Está na minha posição, mas acho que somos diferentes. Acho que é mais parecido com Herrera do que comigo. O mister procurava um jogador com essas características. Está bem, mas Sérgio Oliveira também estava muito bem, a fazer golos, a trabalhar muito. Mas desejo a Uribe que seja tão feliz como eu fui.
Uribe também não marca golos. Problema do sistema?
-Bem, mas também lhe exigem que marque golos?
Sim, mas ele só esta há sete meses. O Óliver começou por fazer sete na primeira época e depois passou muito tempo sem marcar…
-Sete golos no primeiro ano é muito bom. Os golos acontecem e, se calhar, Uribe não marcou em sete meses e vai marcar quatro nos próximos dois meses. Futebol é assim, tenho a certeza que vai marcar. Gosto dele como jogador.
Vamos falar de outros jogadores que não conheceu no FC Porto. Da equipa atual, quem destaca?
-Luis Díaz. Tenho a sensação que consegue fazer coisas diferentes dos outros. Tem 1×1 e eu, pela minha forma de jogar, acho que me daria bem com ele, porque está sempre a pedir bolas nas costas. Fez grandes jogos, está a marcar golos e isso faz mais a diferença.
Agora os mais antigos. Marcano não vale…
-A minha opinião sobre Marcano não conta [risos]… Para mim, o melhor jogador que há no FC Porto e com quem eu joguei, é Corona. É uma delícia vê-lo jogar, jogar com ele, porque dá sempre soluções a quem tem a bola. Dizia-lhe sempre para trabalhar e lutar porque pode chegar onde quiser.
Tem qualidade para um patamar superior?
-A diferença entre os bons e os muito bons é muito pouca. É uma questão de trabalho, sorte oportunidade. Todos temos algo diferente mas o trabalho faz a diferença. Corona tem capacidade para chegar onde ele quiser. Mas há muitos outros muito bons.
Pode destacar mais alguns…
-Marega, no ano em que fomos campeões, foi o jogador mais importante para nós. Para o sistema de Sérgio, Marega é o jogador mais importante da equipa. Otávio também. Gostava muito de jogar com ele, estávamos sempre a tocar a bola, gostávamos de nos procurar… O clube tem grandes jogadores, como Danilo, Pepe… Desse nem falo, porque durante muito tempo já todos falaram dele. É incrível tudo o que faz. Estive meio ano com ele mas percebi o que deve ser um profissional, uma pessoa. Tentava aprender dele todos os dias e perceber tudo o que fazia para eu fazer o mesmo. É um bom exemplo.
Alex Telles é um dos mais valorizados esta época. Fala-se de Chelsea, PSG, Atlético de Madrid…
-O Alex é um grande jogador. Leva dois anos a um grande nível no FC Porto. Todos ou quase todos os jogadores do FC Porto têm capacidade para outro patamar, sendo que FC Porto é um grande europeu e já é um patamar muito alto. Alex ataca bem, ataca muito bem o espaço, tem excelentes estatísticas, faz muito bons cruzamentos, defende cada vez melhor. É muito jovem, interessante, passou por muitas coisas e tem muito claro na sua cabeça o que quer e como o quer fazer. Além de que trabalha sempre.
“Marcano queria voltar a ser feliz
e agora conseguiu”
Óliver saiu poucos dias depois de Marcano, um dos seus melhores amigos, regressar. “Era o único que sabia que estava quase a sair para o Sevilha. E ele dizia que não lhe podia fazer isso… “Fica aqui”, pedia-me”, conta o médio, muito feliz porque o defesa, com quem fala todos os dias, está outra vez em grande.
“No início não foi fácil para ele, mas o trabalho dá sempre razão a quem trabalha e o Marcano é um grande central, grande profissional, grande homem e um grande exemplo para mim”, elogiou. E o regresso de Marcano, em explicação? “Decidiu porque tinha sido muito feliz, porque o treinador o queria muito. No futebol, ter a confiança do treinador é fundamental para render ao máximo. Ele queria voltar a ser feliz. E conseguiu”, resumiu.
Fonte: O Jogo