ENTREVISTA (parte 2) – Óliver, médio do Sevilha, em exclusivo a O JOGO: dos momentos nos Aliados que nunca conseguirá pagar, à ansiedade que a falta de golo lhe provocou e ao rótulo de 20 milhões que lhe colocaram um peso adicional
Aeroporto cheio, golo ao Tondela e, claro, os Aliados. As melhores recordações de Óliver são para revisitar, ainda que pela televisão, no final da época. Os momentos vividos em 2017/18 não têm preço.
O médio espanhol acredita que o FC Porto estaria mais destacado na liderança e que a paragem até beneficiou o rival de sempre, o Benfica.
Mais de meia equipa do FC Porto nos últimos anos saiu. Qual era a perceção na fase inicial da época, que o Óliver ainda apanhou?
-No futebol, quando se fala em muitas mudanças, acha-se sempre que vai correr mal. A verdade é que no início as coisas não começaram bem, o FC Porto saiu da Champions, que era muito importante. Mas depois começaram a ganhar e estavam muito fortes. Nesta fase era o Benfica que estava pior. Acho que se a competição não tivesse parado, o FC Porto teria uma vantagem mais larga. Espero que voltem fortes no recomeço e que ganhem a Liga. Espero ver os Aliados cheios desde a minha casa.
É a melhor memória que guarda?
-Sim, mas também o golo em Tondela. Por ver como festejaram comigo, porque há muito tempo esperava esse golo, porque tinha muitos jornalistas a criticarem-me por isso e eu percebia… Por tudo isso foi um alívio, uma descarga de adrenalina. Além de ser um golo lindo. Talvez tenha sido por tudo isso que os adeptos o escolheram como golo da época.
Na Luz foi dos primeiros a levantar os braços
-Foi incrível.. Lembro-me bem. Entrei aos 74 minutos e nesse momento estava mesmo atrás dele. Quando chutou, eu já estava a festejar, já sabia que era golo, só pensei em correr, não sei para onde, mas só queria correr e festejar.
Na Madeira também não foi fácil. E a chegada ao aeroporto outro momento marcante, possivelmente?
-As pessoas davam cabeçadas, mas de alegria, felicidade. Não via nada, não sabia onde estava, só me deixava levar pelas pessoas. O maior segredo que o FC Porto tem são os seus adeptos e o carinho por nós.
O que dizem os seus colegas da recuperação, contrária ao que sucedeu em 2018/19?
-Isso diz tudo da mentalidade do FC Porto, que trabalhou sempre para estar em cima. Na época passada tivemos a vantagem e desperdiçámos, mas o Benfica estava mais forte. Poucas vezes tinha visto o Benfica perder jogos seguidos como aconteceu este ano. Fiquei contente porque o FC Porto passou para primeiro lugar e desejo que continue assim e seja campeão.
Quando lhe pedimos a entrevista, fez questão de pedir para deixar uma mensagem. Chegou o momento…
-Queria deixar uma mensagem positiva, de apoio, força e ânimo, porque não sei como estão a viver as coisas em Portugal e aqui em Espanha não estão tão fáceis. Gostava de dar um abraço a todos os portistas, dizer mais uma vez, obrigado por todo o tempo que passei com vocês, por tudo que me fizeram sentir, tanto a mim, como à minha família. Espero que isto passe rápido e que em breve possam estar a festejar nos Aliados e eu possa vê-los desde Sevilha. Um beijo.
“Festejar nos Aliados é algo
que nos enche e não está pago”
“Festejar um título nos Aliados é algo que enche, enche como pessoa, como ser humano. Enche-nos o coração”, diz o médio do Sevilla.
A alegria quando recorda 2017/18 é tremenda e nunca poderá ser paga: “A minha família ficou encantada. Foi incrível ver a cara de felicidade, orgulho e alegria das pessoas. Isso não está pago. Somos privilegiados, temos bons carros, boas casas e temos de dar valor a isso, mas o maior tesouro que temos é poder fazer felizes estas famílias e as crianças que têm o amor pelo clube que representamos. Esse dia foi dos mais felizes da minha vida por isso. Ver aquela felicidade não tem preço.”
Fonte: O Jogo