Sérgio Conceição supera Mourinho, Jesus e Jesualdo na percentagem de vitórias obtidas neste século. Só AVB fez melhor.
O atual técnico do FC Porto ganhou 72,3% dos 159 jogos que realizou em todas as competições que disputou em três temporadas e, neste capítulo, só fica atrás da impressionante taxa de sucesso de André Villas-Boas (84,5%), cuja experiência num dos clubes de topo nacional se esgotou ao fim de uma época no Dragão. Mourinho completa o pódio e é o único, para além de AVB e Conceição, com uma percentagem de triunfos acima dos 70%.
Todos os outros ficam abaixo, inclusive os mais laureados neste período, como Rui Vitória, Jesualdo Ferreira ou Jorge Jesus. O treinador que agora lidera os destinos do Flamengo sai prejudicado pelos resultados obtidos durante a passagem pelo Sporting, mas, mesmo contando apenas os que conseguiu no Benfica, não chegaria aos números de Conceição: seria quarto, atrás de Mourinho, com uma percentagem de vitórias de 70,1%.
Número crescem sem a Europa a “atrapalhar”
Com exceção desta temporada, em que o FC Porto caiu de forma prematura da Liga dos Campeões e sucumbiu nos 16 avos de final da Liga Europa, Sérgio Conceição cumpriu sempre com o esperado nas provas europeias. Ainda assim, a subida gradual das dificuldades das equipas portuguesas para triunfar lá fora também estão refletidas nos números globais do treinador de 45 anos, que são bem mais palpitantes quando se reduz a equação somente aos jogos do campeonato. Não chega para ultrapassar os valores atingidos por Villas-Boas (90%), que foi um caso à parte, mas a percentagem de vitórias cresce até bem perto dos 80% (79,4%, para sermos mais preciosos). Conceição bate por duas décimas Bruno Lage, que se despede do Benfica com uma taxa de sucesso na I Liga superior a Vítor Pereira (78,3%), Rui Vitória (76,3%) e Jesus (73,9% incluindo os leões, 75,5% só no clube da Luz).
Segundo campeonato a surgir no horizonte
Para dar (ainda) mais força aos números de Sérgio Conceição, só têm mesmo faltado os títulos. O treinador do FC Porto já conquistou dois (Campeonato e Supertaça Cândido de Oliveira), logo na época de estreia num grande, mas esperar-se-ia que uma percentagem de vitórias tão elevada lhe tivesse valido mais entretanto.
Na última temporada, a mais proveitosa das três que leva nos dragões neste capítulo (73,7), esteve na discussão das três principais competições nacionais até ao fim e viu-as escapar por entre os dedos na hora da decisão. Na atual, contudo, parece bem encaminhado para acrescentar mais um campeonato ao currículo de treinador, depois de ter perdido a Taça da Liga, quando a percentagem de triunfos (70%) até se encontra no extremo oposto da anterior. Tem, ainda assim, conseguido quebrar uma série de enguiços. O que alcançou, anteontem, em Paços de Ferreira foi apenas o último e permitiu aos azuis e brancos alargarem para seis pontos a vantagem para o Benfica. O mais mediático foi, apesar de tudo, o de Alvalade, onde Marega e Soares marcaram os golos que possibilitaram aos portistas fazer a festa dez jogos depois da última vez.
Arranque de Rúben Amorim nos 80 por cento
Na contabilidade efetuada por O JOGO cabem apenas os treinadores que fizeram, no mínimo, 30 jogos, equivalentes a um campeonato quando este era disputado por 16 equipas. Assim se explica que, por exemplo, Rúben Amorim não surja nesta equação. O jovem treinador leva apenas cinco jogos no Sporting e só para a I Liga, número que não é representativo. Esta temporada ainda terá de enfrentar os clássicos com FC Porto e Benfica. Por agora, a percentagem de vitórias está nos 80%, umas décimas acima de Conceição se também só somarmos os encontros do portista para o campeonato (79,4%).
Fonte: O Jogo