Pareceu que a chave, em pelo menos três dos clássicos, voltou a ser o Marega. Em Alvalade, pô-lo a partir da esquerda para apanhar o Coates nas diagonais. O Carvalhal já tinha feito o mesmo com o Taremi. É coincidência?
Não teve a ver só com esse jogo. O Taremi é um jogador interessante, consegue ser uma referência na frente, consegue sair daquele espaço que é normalmente dos atacantes, joga de costas para a baliza, joga em apoio e também nos movimentos curtos à profundidade. É um jogador refinado e, pelo que vi, em cima da linha defensiva, é um avançado de equipa grande porque descobre espaços onde é difícil encontrá-los. Só jogadores altamente refinados é que o conseguem fazer. Tem essas características que acho interessantes e, depois, acrescenta uma personalidade de que gosto. É muito humilde, respeitador do que o treinador pretende, do trabalho coletivo.
Taremi não era um desconhecido. Era titular de uma seleção mundialista. E, no entanto, às vezes parece muito difícil aos clubes grandes encontrarem jogadores.
Muitas vezes, conta a capacidade e qualidade da organização do clube para descobrir esses talentos. Não é fácil… Nem o melhor jogador do Irão, ou de uma dessas seleções num campeonato que não seja da Europa, tem garantidamente capacidade para jogar num FC Porto. Secalhar, num primeiro momento, passar por um clube mais pequeno é normal e natural. Mas há muito a melhorar em termos de scouting e não é só no FC Porto. Temos uma quantidade de jovens e de talentos que não é normal num país com 10/11 milhões de habitantes. No Brasil bate-se numa pedra e aparecem dez jogadores, aqui é mais difícil, mas é de louvar a quantidade e qualidade que existe cá. O futuro passa por aí.
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