Presidente do FC Porto em entrevista à TVI.
Ficou satisfeito com a venda de Alex Telles? “Nunca fico satisfeito quando sai um bom jogador, não me lembro [que isso tenha acontecido]. Olhe, uma grande venda que fiquei desgostoso foi o Hulk e foi um grande negócio. Há momentos em que não temos outra solução. Uma semana antes de fechar o mercado, veio pedir para sair porque queria ir para o Manchester. Tentei que não fosse, tentei compensá-lo nem que ficasse até ao fim do ano. Mas manter um jogador que assume publicamente perante mim que quer sair… [não pode ficar]”.
Argumento para sair do FC Porto: “Com Alex nem foi problema negociar. O argumento para ir embora é que o atual selecionador do Brasil só convocava jogadores de três/quatro campeonatos. Tentei contradizer até porque de momento ele está na seleção”.
Defendeu novo modelo económico? “Temos de ter um equilíbrio entre as compras e as vendas e ter opções”.
É possível num grande em Portugal? “É. A questão é mais profunda. Quando se é afastado da Liga dos Campeões ou se aguenta o prejuízo ou se vende o ativo, como o Benfica fez. O próprio treinador assumiu que perdeu Rúben Dias porque não foi à Champions. Nós aguentámos, conseguimos a dobradinha e, valorizando o plantel, fizemos as transferências. Os clubes portugueses vão ter grande dificuldade. Hoje no futebol, em toda a parte, quando se negoceia um contrato de jogadores, seja o valor que for é “net, net”, valores líquidos. Querem saber o que ganham e os impostos ficam para os clubes”.
Onde está o lado negativo para os portugueses? “Se o FC Porto pagar um milhão a um jogador paga 1,4 milhões de impostos. Na Turquia só paga mais um milhão. Na Alemanha, dos sítios mais pagos, um milhão custa aos clubes 1,9 milhões”.
Fonte: O Jogo