Sérgio Conceição admitiu dificuldades e mostrou ambição no final da vitória frente ao Nacional (1-0)
O FC Porto venceu o Nacional (1-0), em jogo da 27.ª jornada da Liga. No final da partida, Sérgio Conceição admitiu que, pela frente, encontrou um Nacional bem organizado e “se o jogo estivesse empatado ao intervalo”, não ficaria chocado, mas considerou que “o resultado acaba por ser justo após duas semanas de desgaste físico e mental”. Quanto ao que falta do campeonato, o técnico azul e branco atirou: “Temos de ganhar os nossos jogos, ir atrás do prejuízo, há que acreditar, para ser possível é preciso não perder pontos e acreditamos que é possível, vamos atrás dos nossos objetivos”.
Análise à partida
“Foi um jogo difícil, como esperava. Tivemos a semana passada com três jogos difíceis, viagens pelo meio, vir aqui à Madeira com este clima diferente, era normal que o Nacional tivesse, em termos emocionais, no máximo, não tinha nada a perder e jogava contra o Campeão Nacional, está numa posição difícil. Sabíamos da grande vontade e determinação do Nacional. Não conseguimos, principalmente na primeira parte, apesar de fazermos o golo e termos mais uma ocasião, aumentar a vantagem, o Nacional também chegou com perigo e o o Marche defendeu, se o jogo estivesse empatado ao intervalo não me chocaria, era preciso sofrer mais, nunca tínhamos os médios no corredor central e eles ligavam aos alas rápido e com o Riascos que é bom no ataque a profundidade. Sofremos mais do que o esperado, sabíamos que iam defender mais baixo e iam partir para as transições ofensivas rapidamente e de forma vertical, mas tenho a sensação que nunca controlamos o jogo. Na segunda parte, quisemos matar o jogo, o resultado acaba por ser justo após duas semanas de desgaste físico e mental. Nós, normalmente, temos um modelo bem definido: 4-4-2. Jogamos assim há muito tempo, os jogadores percebem facilmente as dinâmicas da equipa. Jogámos diferente na Champions e achei que era importante dar continuidade ao que fizemos bem. Os nossos médios queriam encontrar espaço de frente para o jogo, mas estavam muito lateralizados. Jogando com três médios, tínhamos só um no centro, o Marko, daí as aproximações com perigo do Nacional. No intervalo, corrigimos, fui jogando e fazendo as substituições que o jogo pedia, dando mais pessoas ao ataque, quem entrou, entrou bem, sem criar grande perigo, mas ficámos mais tranquilos no jogo”.
Olhar sobre o campeonato
“É muito importante ganhar os jogos que faltam. Hoje era o jogo que tínhamos pela frente, sabíamos de todo o contexto que envolvia o jogo, da dificuldade, estávamos precavidos, não só daquilo que era o nosso processo ofensivo e encontrar espaço no adversário e sabíamos que o Nacional ia com perigo. Temos de ganhar os nossos jogos, ir atrás do prejuízo, há que acreditar, para ser possível é preciso não perder pontos e acreditamos que é possível, vamos atrás dos nossos objetivos. Os jogos são todos difíceis e à medida que se vai aproximando do final, todos os jogos são decisivos. O nosso campeonato está melhor em competitividade, as equipas técnicas e os jogadores têm qualidade, os pontos são difíceis de conquistar, sabemos disso, quando se joga contra equipas que defendem mais baixo, é preciso estar bem em todos os níveis para encontrar espaços no adversário e o que aconteceu nesta jornada não me espanta, não me espanta se as equipas que lutam pelo titulo perderem pontos”.
Fadiga proveniente do calendário apertado
“Tem sido assim, já falámos da calendarização, duma equipa representar o nosso futebol lá fora e da forma que fizemos, é preciso proteção, estou a falar do FC Porto, mas podia falar das equipas da Liga Europa. É necessário repensar o que é o nosso futebol, o nosso calendário e outras situações que já pude referir. Tem sido desgastante, chegámos à Final Four da Taça da Liga, à meia-final da Taça de Portugal, estivemos perto das meias-finais da Liga do Campeões, estivemos em todas as frentes e estamos na frente principal, que é o campeonato. É desgastante, temos de enfrentar todos os jogos sabendo dessa fadiga de tantos jogos em pouco tempo”.
O momento de forma de Marko Grujic
“O Marko está num bom momento de forma, teve o seu período de adaptação, nós normalmente jogámos em 4-4-2, o Matheus e o Sérgio têm estado a um nível altíssimo, o Loum, o Romário, o Fábio e o Otávio também podem fazer a posição. Ele deu uma resposta muito positiva no último mês, mas são situações de preparação da próxima época e não tenho cabeça para responder agora”.
O crescimento de Romário Baró“O Romário fez alguns jogos na equipa B porque sentia que ele precisava de competição. É um excelente miúdo e jogador, precisa de continuar a trabalhar, é tecnicamente muito forte, pode jogar por fora e por dentro, é um jovem e é preciso de acompanhamento, a melhor forma de o dar é pisar outros terrenos para voltar mais forte, sempre acompanhado por nós”.
Fonte: FC Porto