Vítor Bruno destaca a seriedade do coletivo portista no triunfo diante do Famalicão (3-2)
O FC Porto voltou a casa e às vitórias. Depois de três dias de descanso desde o revoltante empate em Moreira de Cónegos, os campeões nacionais regressaram ao Estádio do Dragão ao final da noite desta sexta-feira, batendo o Famalicão por 3-2 e angariando mais três pontos na perseguição à liderança da Liga. No rescaldo do embate da 30.ª jornada, em que substituiu o castigado Sérgio Conceição, Vítor Bruno realçou a entrada “forte” e “boa” do FC Porto, “perante uma equipa que tem vindo a escalar de qualidade”. Os elogios do técnico adjunto ao grupo de trabalho azul e branco não ficaram por aqui: “Eles encaram essa forma nobre de lutar, de se entregar ao jogo, de lutar e de querer sempre mais e mais. Essa ambição, não sendo desmedida, está enraizada aqui. As raízes mais fortes estão edificadas no conceito de equipa e quando assim é tudo funciona melhor”.
Mais velozes no segundo tempo“É um facto. Na primeira parte entrámos bem perante uma equipa que tem vindo a escalar de qualidade no seu jogo. Uma equipa que, nesta fase, se agarra a tudo que pode, como é apanágio de quem está numa luta difícil. A nossa entrada é forte, é boa. A saída do Corona acaba por alterar um pouco a estrutura. Entrámos com uma configuração ligeiramente assimétrica, com um ala puro de um lado e um segundo avançado do outro, o que permitiu que o Corona aparecesse em zonas inesperadas para o adversário. A partir do momento em que ele sai tivemos que reconfigurar tudo novamente, a equipa pareceu perder-se um bocadinho no campo e o adversário acaba por empatar no único remate que faz à baliza, de bola parada. Na segunda parte voltámos ao 4-4-2, com o Otávio à direita, o Luis Díaz à esquerda, dois avançados bem metidos na frente em cunha. Fizemos uma segunda parte forte, esse foi o segredo. Em nenhum momento olhámos para o adversário com um sorriso. Fomos muito humildes na forma de abordar o jogo e isso fez com que nunca nos embriegássemos. Fomos sempre muito verticais, muito mais acutilantes à chegar à baliza e a ferir o adversário, por dentro ou por fora. Na parte final podíamos ter feito dois, três ou quatro golos e fechar com o jogo. Depois acontece o que é normal vindo de uma equipa que se agarra a tudo para ficar na Primeira Liga.”
Nervosismo contra a esperança“Sendo natural, não deve acontecer. É importante que quem entra em campo perceba que a arte de defender é tão bonita como a de atacar. Não podemos entrar a pensar em fazer golo, à procura do terceiro e do quarto e depois sofrer um golo. Dizemos agora que pode ter sido fruto do acaso mas nada é fruto do acaso, acontece porque tem de acontecer. Na parte final tentámos segurar o resultado, um canto, dois cantos, três cantos, segunda bola, bolas a rondar a frente da baliza quando nada o fazia prever. A arte de defender é tão bonita como a arte de atacar.”Reação à perda de pontos“É sempre importante, independentemente de ganharmos ou não. Já demos repostas fantásticas num passado não tão longínquo assim. A equipa tem esse ADN, há umas semanas personificámos esse ADN na figura do Pepe, mas temos vinte e tal Pepes. Eles encaram essa forma nobre de lutar, de se entregar ao jogo, de lutar e de querer sempre mais e mais. Essa ambição, não sendo desmedida, está enraizada aqui. As raízes mais fortes estão edificadas no conceito de equipa e quando assim é tudo funciona melhor.”
Ausência de Sérgio Conceição do banco
“A ligação é forte, conhecemo-nos muito bem, trabalhamos há mais de dez anos juntos e a identificação é total. Se me pergunta se prefiro estar nesta condição, não prefiro. A comunicação não é fácil, a falta do nosso líder faz-se sentir, é normal que um jogador olhe para o banco e não veja a figura principal da liderança do clube e tudo isso se faz sentir. Tentamos atenuar isso ao máximo, passar os inputs para dentro do campo. Às vezes a mensagem chega um pouquinho atrasada, mas penso que no global o que estava planeado para o jogo foi conseguido.”
Fonte: FC Porto