Pinto da Costa, presidente do FC Porto, deixou o seu parecer acerca do controverso Cartão do Adepto esta terça-feira, no Editorial da Revista Dragões. O dirigente revelou-se crítico da medida, comentando a sua possível abolição. «No Parlamento vai decidir-se em breve o destino de uma das mais estapafúrdias medidas tomadas por governantes que já há muito tempo demonstraram que são inimigos dos clubes nacionais. O fim do cartão de adepto foi proposto pela Iniciativa Liberal e pelo Partido Comunista Português, um partido que, talvez por estar mais próximo do povo, compreendeu aquilo que todo o povo do futebol sente: em tempos difíceis como este que atravessamos, do que o futebol precisa é de incentivos para que cada vez mais gente possa acorrer aos estádios, e não de entraves que não têm qualquer utilidade», escreveu. «Noutros países já se provou que instrumentos como este cartão de adepto não são eficazes no controlo da violência, e se pensarmos nos casos de problemas com adeptos que houve nas últimas décadas em Portugal também concluímos facilmente que não seria a existência de um documento destes que os poderia evitar. Só faz sentido continuar a existir cartão de adepto se o objetivo dos nossos políticos for tentar erradicar a violência através da erradicação do público das bancadas dos estádios. Se a ideia é essa, que a assumam. E que a submetam ao julgamento do povo a 30 de janeiro de 2022».
Virando a atenção para o clube, Pinto da Costa revelou-se satisfeito com o momento atual do FC Porto, referindo o bom início de temporada: «O FC Porto chega a novembro, o quarto mês da temporada, numa situação desportiva que dificilmente poderia ser melhor: em todas as modalidades, é líder invicto do respetivo campeonato. No futebol, isso soma-se a uma campanha na Liga dos Campeões que está a decorrer à altura da história do clube, apesar do grau de dificuldade elevadíssimo do grupo, e que nos coloca, neste momento, em posição de qualificação para a fase seguinte», atirou, antes de realçar também as diferentes modalidades: «No andebol, também estamos a protagonizar uma excelente trajetória europeia, além de já termos vencido a Supertaça com vitórias sobre os dois rivais de Lisboa. No basquetebol, além dos triunfos internacionais, também já ganhámos dois clássicos. E no voleibol feminino, que também conquistou a Supertaça, em nove jornadas vencemos sempre por 3-0, incluindo-se na lista dos derrotados, igualmente neste caso, os dois clubes da capital». Referiu ainda o bom momento no basquetebol, manchado pela derrota aplicada por falta de comparência: «A equipa de basquetebol merece uma referência especial. Na verdade, teoricamente, até já perdeu um jogo, mas não foi em campo. Foi-nos aplicada uma pena de derrota por obviamente termos cumprido o que anunciámos há vários meses e não termos comparecido num jogo que seria dirigido por um dos árbitros que na temporada passada nos impediram de vencer o campeonato. Lá em baixo, no campo, e em igualdade de circunstâncias, já provámos que somos melhores».