Declarações de Vítor Bruno, treinador adjunto do FC Porto, após o triunfo caseiro sobre o Santa Clara, 3-0, em jogo de encerramento da 28.ª jornada da Liga Bwin.
Bola parada facilitou? “Facilitou, acabou por desbloquear algo que estava difícil, mas já tínhamos ameaçado antes. O Santa Clara nos últimos 12 jogos apenas perde com Sporting e Benfica pela diferença mínima, organiza-se muito bem e une-se no momento defensivo, quanto à largura do campo. Era importante não subvertermos muito a nossa intencionalidade, o nosso grande traço identitário no nosso jogar, na busca da profundidade. Hoje até eventualmente canalizar mais jogo interior do que é habitual. O Santa Clara fecha muitos caminhos na largura. Cria densidade forte a ocupar toda a amplitude do campo, era importante ferir por dentro, sem precipitar em demasia as nossas decisões, sob pena de correr risco de sermos apanhados em contra pé. A equipa nesse momento esteve sempre bastante equilibrada. Os nossos pilares táticos estiveram sempre perfeitos, mesmo a transitar defensivamente com um comportamento irrepreensível. Recordo muito pouco o Santa Clara na primeira parte, penso que nenhum remate enquadrado. Fazemos o golo numa bola parada que desbloqueia, num lance que do portfólio todo que temos acaba por ser um momento inventado pelos jogadores. Fazemos golo logo a seguir e chegamos a ganhar por 2-0 com total mérito. A segunda parte volta a ter novamente uma entrada forte do FC Porto, depois jogo entrou numa toada mais morna, Santa Clara a dividir mais o jogo. Depois, na parte final, com as setas que temos apontadas para a frente, criámos mossa novamente, fazemos terceiro golo, ganhámos com mérito e o campeonato continua.”
Sucesso nas bolas paradas: “Tem tido sucesso porque trabalha muito em cima desse momento. Para nós é momento importante, cada vez mais para todas as equipas acaba por ser decisivo. Primeiro golo nasce de uma bola parada trabalhada naquele momento pelos jogadores. Sabem que o posicionamento é aquele e decidiram sair daquela forma de um livre mais lateral. O golo da segunda parte invalidado foi trabalhado. Nasce muito da inspiração da equipa técnica. Trabalhar isso, operacionalizar em treino e depois ter a felicidade de ter executantes como nós temos.”
Lance do primeiro golo: “Havia algo inventado para aquele lance que não foi aquilo que foi feito. Havia um caminho que eles perceberam que não ia ter sucesso, o Vitinha e o Fábio Vieira entendem-se bem e os jogadores têm liberdade para encontrarem novos caminhos.”
Fonte: OJogo