Leia a mensagem de Vítor Baía, ex-guarda-redes e administrador da SAD do FC Porto, para Pinto da Costa, que comemora 40 anos à frente dos dragões.
Primeiro contacto com Pinto da Costa: “Tinha 16 anos e fiz uma fase final do campeonato nacional de juniores B. Havia algum problema com o guarda-redes que era o titular naquela altura, que era o Bizarro, que depois acabaria por ir para o Benfica, porque havia negociações. Então, tive que jogar o jogo da fase final e, para meu espanto, quem estava atrás da baliza era o nosso presidente. Foi das primeiras vezes que fiquei próximo do nosso presidente e fiquei motivadíssimo, como é lógico. O jogo correu bem e, no final, o presidente foi falar com o nosso diretor da formação, que era o Sr. Raul Peixoto, e perguntou-lhe como estava a situação do guarda-redes. O Sr. Raúl disse-lhe que estavam a negociar com os pais, mas que as coisas não estavam fáceis. E o presidente disse: ‘Mas não é este que jogou hoje, pois não? Então podes deixar o outro ir embora, que eu quero que fique este, porque é este que acho que tem um futuro brilhante’. Só pela forma como me movimentava, pelo à vontade como comunicava com os meus colegas, apesar de ser jovem.”
Qualidades de Pinto da Costa: “Sentimos e vimos ao longo dos anos a dificuldade que tivemos, em que o poder político tinha um poder muito grande na resolução das grandes competições, juntamente com as entidades reguladoras daquela altura e sentimos que era muito difícil. Esse paradigma começou a mudar com o presidente ao longo das épocas, mas nós também acabámos por ser uma extensão do desejo do presidente, que era a hegemonia do FC Porto. É daí que também nasce a nossa cultura. Ela tem um mentor e esse mentor acaba por ser o nosso grande presidente. É algo que não se vê, mas que se sente. É um presidente sempre presente, connosco, nosso amigo, a proteger-nos incondicionalmente em todas as situações. Tem sempre uma palavra amiga. Não critica em privado, quanto mais em público. Isso é que faz dele um grande líder: ter sempre os jogadores e os treinadores do seu lado. Pela sua competência, amizade, gostar muito do FC Porto, querer que ele vença e ter a capacidade para escolher os melhores.”
Fonte: OJogo