Fucile esteve no título festejado às escuras na Luz, em 2011. A O JOGO, diz que repetir esse feito será um “pesadelo” para o Benfica. Com ou sem luz, o ex- lateral quer é voltar a ver o seu antigo clube a selar o título, de novo, na casa do rival. Recorda o abraço de Pinto da Costa no balneário e a semana “diferente” que antecedeu o clássico.
Há pouco mais de 11 anos, o FC Porto venceu na Luz e sagrou-se campeão nacional com André Villas-Boas no comando. No sábado, a história pode repetir-se, com uma nuance: o rival da Luz está há muito afastado da luta e quem poderá recebe o golpe fatal é o Sporting. O JOGO convidou Fucile, um dos titulares nessa noite histórica, a recordar as emoções dos festejos às escuras e molhados. O uruguaio não esquece a “loucura” no relvado e a emoção de Pinto da Costa no balneário.
Que recordações tem da noite em que o FC Porto foi campeão na Luz?
-Foi a loucura total, era a primeira vez que acontecia aquilo. Ser campeão em casa do maior rival era algo que queríamos muito oferecer aos adeptos. Desfrutámos muito, ainda mais por terem desligado as luzes e ligado a rega. Foram festejos diferentes, únicos. Foi como uma conquista, dizer que esta terra é nossa. Aconteceu como planeámos e poderem repetir isso vai ser lindo. Será um desafio muito grande para o Benfica e para os seus jogadores, porque de certeza que não querem ver repetida a situação. O Benfica vai ter uma pressão enorme e nós não, já que basta um ponto para sermos campeões. Além disso, já fomos campeões lá, a obrigação é deles. Vai ser uma final para os dois, na verdade, e um jogo muito bonito de se ver.
Será uma questão de honra para o Benfica?
-Sem dúvida alguma. Ver o rival ser de novo campeão na Luz será um pesadelo para eles, têm de mandar o estádio abaixo e fazer outro. O FC Porto vai procurar a vitória e não o empate desde o primeiro minuto porque não tem pressão. Vai ser um jogo de ida e volta, o FC Porto não vai defender, porque não é esse o seu jogo, é sempre para a frente. A mentalidade do Sérgio Conceição é essa, vai montar uma estratégia para vencer e ser campeão na Luz.
Como foi a semana que antecedeu o clássico de 2011?
-Foi muito diferente das outras. Estávamos tranquilos porque sabíamos que o campeonato seria nosso, mas havia essa meta que todos queríamos: jogadores, adeptos e presidente, que nos disse que era um jogo muito importante para a história do clube. Fomos com tudo para entrar na história. A nível de treinos foi fácil, foi deixar passar os dias. Éramos um equipa de grande nível europeu, ninguém nos queria defrontar. Na nossa época, jogar contra o Benfica não era tão complicado como nos últimos tempos, a diferença era muito grande da nossa equipa para os rivais. Se calhar, o Sporting ficava terceiro e era mais difícil para nós. Tinha o Miguel Veloso, o Anderson Polga… Não sei se era pelo sistema que usavam, mas era mais difícil do que contra o Benfica, contra quem ganhámos vários jogos importantes.
Recorda-se do que Pinto da Costa disse ao grupo no final do jogo?
-Estava muito feliz, aproveito para o felicitar. Era uma satisfação única para ele, uma emoção tremenda e ver o nosso presidente assim feliz foi incrível. Entrou, abraçou-nos, falou connosco e foi lindo de ver. Agradeceu-nos a todos. Ele tinha jogadores de quem gostava especialmente e eu era um deles. Tenho muitas saudades dele, de todos os que estão aí do meu tempo, o doutor Puga, o Eduardo Braga, o Zé Mário… Também eles vão poder voltar a viver essa emoção na Luz.
Fonte: OJogo