Pinto da Costa, presidente do FC Porto, deu uma entrevista ao Porto Canal este sábado.
Abordagem ao mercado: “O FC Porto tinha uma grande lacuna no plantel, porque em termos de número tínhamos os centrais mínimos. Tínhamos o Pepe, que é um monstro, no bom sentido, e vai continuar a ser, tenho a certeza. E espero que o Pepe, mesmo quando deixar de jogar, continue ligado ao FC Porto, porque ele demonstra tudo aquilo o que é ser dragão, dentro e fora do campo. Espero que ele se mantenha sempre no FC Porto. Tínhamos também o Fábio Cardoso, que foi uma revelação, porque em todos os jogos cumpriu sempre e vencemos sempre. E tínhamos o Mbemba, que foi pendular, sem nunca atingir a craveira do Pepe, até porque acredito que isso ninguém consegue. Foi com estes três centrais que fizemos a época passada. A partir do momento em que o Mbemba saiu, porque quis, não foi por não termos negociado, até porque tentámos tudo e chegámos a números que, se calhar, não devíamos chegar. Ele mandou uma mensagem ao engenheiro Luís Gonçalves a dizer que estava disposto a continuar no FC Porto, mas que queria um salário de 7 M€ limpos. Ora, quando um jogador, seja ele quem for, pede a um clube como o FC Porto ou a qualquer clube português, um salário de 7 M€ limpos, acho que era mais simpático dizer: “Olhe, não tenho condições para continuar, tenho outros objetivos e gostei muito de estar aqui”. E ia à vida dele. Criámos uma grande lacuna e precisávamos de arranjar um central que nos desse a máxima garantia. Estudámos muito, tivemos muita ofertas de jogadores, mas o treinador deu o aval, sem qualquer dúvida, ao David Carmo. A partir daí foi necessário negociar com o António Salvador, que é sempre difícil, mas tem uma vantagem: quando ele chega a acordo aperta a mão e depois, venha o que vier, o contrato está fechado. Portanto, prefiro pessoas que sejam difíceis de negociar, mas não é preciso escrever. Aliás, fizemos o contrato com o David Carmo sem haver alguma caneta ou esferográfica. Foi um aperto de mão e estava feito. Depois disso, ele teve vários contactos, com melhores ofertas, mas ele disse sempre que já estava feito com o FC Porto. Portanto, isso também dá uma grande tranquilidade quando há pessoas com quem se pode negociar. Também devo confessar que houve outros a quem demos corda, porque a fasquia do David Carmo estava muito alta. A cláusula era de 40 M€, havia ofertas de 30 M€, que não se concretizaram porque o jogador também não estava muito interessado em ir para certos clubes. Foi um bocadinho também de dizer “se não for assim, temos de ir para outro, mas que também resolve”. Felizmente resolveu-se e fiquei impressionado com o caráter e a postura do jogador, assim como o treinador [Sérgio Conceição] também me transmitiu a mesma opinião, depois de ter uma conversa com ele. Foi uma grande aquisição. Agora, tem de demonstrar na prática. Mas estou convencido que contratámos um jogador que vai estar muitos anos na Seleção Nacional.”
Fonte: OJogo