Minuto 92: o raio caiu duas vezes
“Tudo o que envolveu este clássico, a forma como foi promovido, a posição que as duas equipas ocupavam no campeonato – estavam empatadas no topo, com 16 pontos, à 8.ª jornada – e o momento de forma que estava a viver fez dele o mais marcante da minha carreira. O jogo foi emocionante. O FC Porto começou muito bem e na primeira parte abriu para 2-0 [golos de Lisandro e Quaresma]. Parecia que estava fácil… até que o Anderson se lesionou. O Benfica começou a crescer e a equilibrar o jogo. Na segunda parte conseguiu marcar e chegar ao empate. O Dragão gelou um pouco e os adeptos ficaram apreensivos, mas eu estava no banco confiante, muito inspirado e com o feeling que ia marcar e fazer a diferença. Entrei bem no jogo, comecei por empurrar o FC Porto para a frente e a ganhar alguns duelos. Estive envolvido num lance polémico com o Petit, mas o árbitro não deu penálti. Quando tive a oportunidade, num lançamento lateral do Fucile, a bola fica à minha medida e fiz como sempre me disseram os meus treinadores, especialmente o meu pai, que foi o primeiro: cabeceei de cima para baixo e, embora o Quim tenha tentado, não defendeu. Foi uma explosão de alegria e um prémio para a minha carreira, que não foi fácil. Engraçado também ter sido ao minuto 92, como o Kelvin. Nesse dia [11 de maio de 2013], tudo me pareceu familiar. Acabei por reviver o meu golo e aquela explosão de alegria. Foi um raio que caiu no mesmo lugar duas vezes. Quem sabe se não cai uma terceira na sexta-feira.”
Fonte: OJogo