“Quis ir para casa mas resolvi o jogo”
“Um jogo entre FC Porto e Benfica é quase como um campeonato à parte, mexe muito com o país, com os adeptos. Em janeiro de 1998 estava a ser cogitado pelo Flamengo. Até já havia negociações em curso. Quando chegámos ao Estádio das Antas, o míster António Oliveira disse-me que ia ficar no banco. Fiquei chateado e até tentei ir embora, mas o João Pinto, o Reinaldo [Teles] e o Rodolfo Moura, fisioterapeuta, convenceram-me a ficar. Com 0-0 ao intervalo, entrei na segunda parte e fiz o contrário daquilo que o míster me tinha indicado [risos]. Acabei por resolver o jogo com dois golos a um dos melhores guarda-redes que defrontei, o Michel Preud”homme. Já no 5-0 na Luz lhe tinha marcado… Mas esse clássico nas Antas foi marcante. Foi o jogo das expulsões do Paulinho Santos e do João Vieira Pinto. O Paulinho era implacável, jogava duro. Andavam sempre picados. Oliveira explicou depois que me tinha deixado no banco para me proteger. Saí como desconhecido do Brasil e as pessoas começaram a falar sobre mim quando fui para o FC Porto, ao lado do Jardel… Mas sabia que só chegaria à seleção se fosse para o Flamengo, ainda para mais em ano de Mundial. Pensava muito nisso. Só que o míster Oliveira não me libertou. O presidente do Flamengo, que na altura era o Kléber Leite, estava a assistir ao jogo nas Antas, mas acabei por não sair. Fiquei um pouco triste, mas acabou por ser um ano especial para mim no FC Porto: até marquei de bicicleta na final da Taça de Portugal!”
Fonte: OJogo