Declarações de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, na sala de Imprensa, após o triunfo por 2-1 sobre o Atlético de Madrid e apuramento para os “oitavos” da Champions no primeiro lugar do grupo B.
De 0 a 10, quanto dá à exibição do FC Porto? “O mais importante foi a equipa perceber que ia encontrar um adversário que necessitava deste jogo para continuar na Europa. Nós também precisávamos desta vitória para poder lutar pelo primeiro lugar. Não contava com um adversário com uma equipa com jogadores com características tão para a frente, tínhamos que pensar muito no que tínhamos que fazer. Acho que fomos fiéis ao que somos hoje: muito disciplinados, muito rigorosos no nosso processo defensivo e depois ferindo o Atlético. Fizemos um jogo bastante positivo e a minha frustração é esta: por muito respeito que tenho pelos jogadores, pela equipa técnica do Santa Clara, do Estoril e do Rio Ave, equipas não tão fortes teoricamente como nós com quem perdemos pontos, quero que os jogadores sintam que têm de viver ao máximo todos os momentos da vida e têm que estar preparados para dar o máximo e ter no mínimo essa transpiração. Depois, a inspiração, por vezes, pode faltar – também me falta a mim -, mas é mais aceitável do que faltar a transpiração.”
Altos e baixos da equipa: “Estou satisfeito pelos jogadores. Deram uma resposta fantástica nesta prova. Depois de perder aqui por 4-0, não era fácil ir para a terceira jornada com zero pontos, e ter dois jogos muito difíceis com o Leverkusen. É uma questão de se acreditar no trabalho e na qualidade. É preciso associar a qualidade a outras características tão importantes no futebol e que se consegue depois estes feitos, não é nada de especial passar aos oitavos, mas é difícil.”
Perde jogadores temporada a temporada e consegue os resultados que consegue. Como? “É reinventarmo-nos todos os anos. É normal. Não somos o único clube em Portugal, os outros sofrem do mesmo mal, somos um país vendedor. Formamos para tentar equilibrar as contas e depois competir com algumas equipas da Europa não é fácil. Vamos sendo muito trabalhadores, criativos, porque às vezes temos de inventar, mas sempre com uma enorme seriedade. Fico extremamente contente ver o meu clube fora de uma situação difícil – fair play financeiro da UEFA – e contribuir para que o clube esteja mais equilibrado nesse sentido.”
Fonte: OJogo